segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

COSTA, Isabel Maria da Cruz de Brito


Senhora muito bondosa e estimada em Estoi, sua aldeia natal onde sempre residiu e onde veio a falecer a 19-9-1954, com 69 anos de idade.
Embora fosse uma senhora de excelsas qualidades humanas e cristãs, foi na companhia de seu esposo, o médico e poeta Augusto Emiliano da Costa, que mais e melhor se distinguiu, quer na assistência ao seu consultório, quer no apoio aos doentes mais pobres e às crianças desvalidas.
Sucumbiu ao cabo de alguns meses a uma doença incurável, deixando o marido e todo o povo da sua aldeia natal na mais inconsolável saudade.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

BRITO, Maria Josefina Júdice Guerreiro de


Distintíssima senhora da melhor sociedade algarvia, natural da freguesia de Pêra, que faleceu em Faro, onde residia desde há décadas, em 4-6-1954, com 86 anos de idade.
Muito estimada pela sua lhaneza de trato e pela bondade de carácter, sobretudo pelos seus primorosos dotes de piedade e ternura pelos mais desfavorecidos. Toda a vida se ouviu falar do seu nome com estima e admiração, tendo juntamente com outras senhoras velado pelos pobres, combatendo a fome, o frio e a falta de lar das famílias mais carenciadas.
Era viúva do ilustre Dr. José Luís de Brito, que como juiz exerceu em Faro e noutras comarcas do País, sempre com a maior dignidade e isenção, o múnus da magistratura. Era mãe das senhoras Lucília de Brito Pavão Leal e Laura de Brito de Bivar Weinholtz, viúva do ilustre museólogo Dr. Justino Henrique de Bivar Weinholtz, e dos senhores Almirante José Augusto Guerreiro de Brito, que foi chefe do Estado Maior Naval; Eng.º Anastácio Guerreiro de Brito e António Guerreiro de Brito, que na altura vivia na Bélgica. Era avó das senhoras Maria Filomena de Brito Leal de Bivar Weinholtz, Maria Lucília de Brito Leal Monteiro e Isabel Maria de Brito Bivar da Silva e Sabbo; e dos senhores Eng.º Manuel de Bivar Weinholtz, Dr. Luiz Frederico de Bivar Weinholtz, 1.º tenente da Armada José Luís Sales Henriques de Brito, João Artur Sales Henriques de Brito e António Sales Henriques Guerreiro de Brito. Para além destes seus ilustres e mui dignos descendentes, deixou ainda 14 bisnetos.
Ficou sepultada em jazigo de família no cemitério de Pêra, tendo honrado o seu funeral a presença do Governador Civil do Distrito de Faro, eng.º Manuel de Mascarenhas Gaivão, ao lado do Comandante, e seu descendente, José Henriques de Brito, que representava o Ministro da Marinha, o Comandante Geral da Armada e o Director Geral da Marinha.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

WEINHOLTZ, Maria Gabriela da Fonseca de Bivar


Senhora da mais elevada sociedade farense e descendente das mais nobres e prestigiadas famílias algarvias. Era natural de Faro, onde faleceu a 5-5-1950, com 53 anos de idade. Era a esposa do conhecido e muito estimado Raul Cúmano de Bivar Weinholt, vereador na Câmara de Faro e presidente da Comissão Municipal de Turismo.
Dotada de uma educação esmerada, aliava a sua superior inteligência a um soberbo porte de nobreza, quer nos sentimentos como nas atitudes sociais, dedicando-se a obras de solidariedade para com os mais desprotegidos, com especial incidência nas crianças e nas mulheres pobres. As crianças do asilo de Santa Isabel em Faro foram objecto permanente do seu desvelo.
Gozava da mais profunda estima do povo farense, não só pelas suas origens como também pelas suas actividades de benemerência, auxiliando os desfavorecidos com boa parte dos seus bens de fortuna. Do seu finíssimo espírito e preclaras virtudes nasceu em torno do seu nome e da sua casa um ambiente de bondade e uma fama de santidade, que o povo animava a todo o momento com a divulgação de novos gestos de altruísmo e inimitável generosidade.
Um ano antes de falecer declarou-se-lhe uma doença incurável, com a qual lutou com grande coragem, padecendo de doloroso sofrimento que o povo foi acompanhando com indescritível tristeza. Por isso quando faleceu teve o maior enterro de que havia memória na cidade. As senhoras mais ilustres da sociedade algarvia, concentraram-se junto ao féretro, acompanhadas pelos representantes das principais instituições e autoridades locais. O município mandou colocar as bandeiras a meia haste em sinal de luto e em respeito à memória da sua ínclita cidadã.
Era filha de D. Maria Teresa Eusébio da Fonseca e do conhecido industrial José Alexandre da Fonseca, figura de proa da sociedade farense. Era irmã de D. Maria Teresa Fonseca Leal de Oliveira, do industrial José Alexandre Eusébio da Fonseca, do Dr. Manuel Eusébio da Fonseca, do major do Estado Maior, Jorge Eusébio da Fonseca e do comandante Henrique Eusébio da Fonseca, que foi capitão do porto de Olhão.
Era mãe de D. Isabel Luísa Fonseca de Bivar Azevedo e de José Manuel Fonseca de Bivar Weinholtz.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

WEINHOLTZ, Maria Francisca Ribeiro de Carvalho Bivar


Ilustre benemérita e dama da mais nobre estirpe nacional, nascida em terras nortenhas, e falecida em Portimão, a 15-1-1946, com 84 anos de idade.
Veio para o Algarve como esposa do engenheiro agrónomo Francisco de Bivar Weinholtz, também ele pertencente a uma das mais notáveis e tradicionais famílias algarvias, grande benemérito local, estudioso e intelectual, a quem a cidade de Portimão muito ficou devendo.
Uma irmã de D. Maria Francisca havia-se ligado também em Portimão à família Maravilhas, de não menos tradição e popularidade local.
Foi sempre uma bondosíssima senhora, verdadeira protectora dos pobres, tendo nesse sentido presidido durante largos anos à Associação de Caridade de Portimão, financiando várias das iniciativas que ela própria promoveu em benefício dos mais desafortunados. Por essa razão é que o governo a condecorou com o oficialato da Ordem de Benemerência.
O seu funeral transformou-se numa das mais comoventes manifestações de pesar jamais vistas no Algarve, tendo a autarquia decretado luto municipal.
Acresce dizer que o município portimonense, após o falecimento de D. Maria Francisca, entrou imediatamente na posse do chamado palácio Bivar, que por morte de seu marido, e com sua absoluta concordância, coube em partilhas a seu sobrinho, Manuel de Almeida Coelho de Bivar, que por sua vez, no cumprimento dos desejos expressos pelo tio, o doou à Câmara para ser transformado num Hospital, num asilo ou em qualquer instituição de beneficência local.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

VARGAS, Maria da Conceição Santinho


Benemérita local, faleceu em S. Marcos da Serra, vítima de congestão cerebral, a 16-1-1950, com 57 anos de idade.
Bondosíssima senhora, alma de eleição pela sua generosidade e benemerência, sempre preocupada com os desvalidos, que tratou e protegeu de uma forma a todos os títulos exemplar. O facto de ter sido muito esmoler e condoída para com os mais desafortunados, fizeram com que o povo a tratasse como a “Mãe dos Pobres”, devido aos gestos e atitudes que tomou em favor dos indigentes. Aliás, nesse sentido merece salientar o facto de haver doado um vasto terreno no qual se construiu a residência do médico e as instalações da farmácia de S. Marcos da Serra, na altura pouco mais do que uma vilória esquecida no mapa.
Era casada com o abastado proprietário e industrial José Ventura Vargas, de quem teve dois filhos: Mário Santinho Vargas e de José Santinho Vargas.
O seu funeral foi a maior manifestação de pesar que algum dia se realizou naquela vila.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

TENGARRINHA, Teresa de Jesus Marques do Carmo


Nasceu em 1895, na vila de Monchique, e faleceu, de doença incurável, na sua residência de Portimão, a 31-12-1956.
Era uma senhora de reconhecidos dotes para as artes, embora fosse também grande apreciadora das Belas Letras. Casou-se com José Mendes Tengarrinha Júnior, agente do Banco de Portugal na cidade de Portimão, onde era muito estimado e apreciado pela sua educação, honradez e lisura de trato.
Era irmã de D. Maria Isabel Marques do Carmo de Oliveira Correia e do Dr. José Marques do Carmo, juiz desembargador muito conceituado na capital.
Foi mãe, extremosa e dedicada na apurada educação de seus dois filhos, que se tornariam notáveis cidadãos e reconhecidas figuras públicas na área da política, da cultura e da educação, refiro-me à Dr.ª Maria Margarida do Carmo Tengarrinha e ao Prof. Doutor José Manuel Marques do Carmo Tengarrinha.
Encontra-se sepultada no cemitério de Monchique.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

SOARES, Mariana Pacheco


Pianista e compositora, natural de Faro, onde faleceu a 26-6-1951, com 91 anos de idade.
Distintíssima senhora, de esmerada educação e bondosíssimo carácter, uma das principais figuras femininas de Faro do princípio do século XX.
Exerceu o magistério da música durante mais de sessenta anos, educando gerações sucessivas de jovens oriundos das melhores famílias locais. Além da docência dedicou-se também à difícil arte da composição, escrevendo partituras de grande nível e exigente execução. No decurso dos anos foi granjeando a admiração e o prestígio dos seus conterrâneos, a ponto de se tornar numa venerável artista, uma espécie de patriarca da cultura musical algarvia.
As suas composições musicais foram publicadas e comercializadas pelas melhores casas da especialidade em Lisboa. Algumas dessas músicas foram escritas com objectivos pedagógico-didácticos, razão pela qual foram adoptadas em muitas escolas de instrução musical, tornando-se o seu nome muito admirado em todo o país.
Foi mãe da também distintíssima pianista D. Maria Isabel Pacheco Soares que o Algarve tanto admirou.

sábado, 11 de dezembro de 2010

SANCHO, Maria Dias


Natural de S. Brás de Alportel, faleceu em Faro, a 28-9-1946, com 84 anos de idade. Senhora dotada de grande inteligência e com uma enorme sensibilidade para as artes. Ciente das perspectivas do futuro, e sobretudo das oportunidades suscitadas após a implantação da República, tratou de mandar educar os filhos, enviando-os para Faro e depois para Lisboa, onde todos deram boa conta das suas qualidades morais e intelectuais. Teve aliás o mesmo procedimento em relação aos netos, cujo sucesso foi igualmente notável no panorama intelectual português.
Por outro lado, D. Maria Sancho preocupou-se com a administração das suas propriedades e com os negócios do marido, sem nunca descurar os mais desprotegidos, de tal forma que distribuía regularmente avultadas esmolas pelos pobres e pelas instituições locais de beneficência social.
Acresce dizer que era mãe do escritor, então já falecido, José Dias Sancho e de D. Adelina Dias Sancho Nobre, casada com o Dr. João da Silva Nobre, em cuja residência faleceu, confortada pelo carinho dos seus familiares.
Era avó de Maria Júlia e Maria Spiridinova Dias Nobre, do artista João Nobre, do publicista e escritor Roberto Nobre, do Dr. José de Sousa Uva, que foi advogado em Faro, e do Dr. Alberto Dias de Sousa Uva, que residindo na cidade do Porto foi professor liceal e jornalista consagrado, chegando mesmo a ser director do diário «Primeiro de Janeiro».