Distintíssima senhora da melhor sociedade farense, nascida em Sevilha, na vizinha Andaluzia, e falecida em Faro a 15-9-1954, com 77 anos de idade.
Descendia das mais ilustres famílias de Espanha, e pela linha varonil corriam-lhe ainda nas veias o sangue de Fernão de Magalhães, o famoso navegador da viagem de circum-navegação da terra.
Veio para Faro em resultado do seu casamento com o não menos nobre e ilustre algarvio, o almirante António de Macedo Ramalho Ortigão, que amou profundamente e de quem teve insigne descendência. Além de esposa dedicada e de mãe virtuosa, foi também uma cidadã de notáveis qualidades de benemerência e filantropia, zelosa da protecção dos pobres, das crianças órfãs e das famílias sem sustento nem conforto. Por outro lado era uma mulher muito inteligente, culta e educada, que sempre marcou ao lado do marido a altiva presença da sua nobreza andaluza. Difícil era em qualquer acto público ou cerimónia privada, deixar de notar na sua beleza, no seu porte e na sua elegância de gesto e de movimento. Sem exagerar na riqueza dos vestidos, no exotismo dos perfumes, nos adereços ou nas jóias, com que geralmente se apresentava em público, o certo é que D. Teresa Ortigão cativava logo a atenção dos presentes, concitando no marido um redobrado brilho e até alguma inveja...
Acima de tudo ficou conhecida na sociedade farense do seu tempo como uma bondosíssima senhora, inspirada nos mais puros sentimentos cristãos e numa irrepreensível conduta religiosa, presidindo com grande dedicação e até sacrifício dos seus bens à obra de Protecção às Raparigas, instituição que largamente beneficiou da sua protecção e esmola. Gratos pelos serviços prestados os restantes membros directivos, pouco antes do seu falecimento, inauguraram-lhe o retrato, numa singela homenagem de gratidão.
Era mãe de D. Teresa Antónia Ramalho Ortigão Cosp e de D. Maria da Conceição Ramalho Ortigão de Mello Sampayo; era sogra do proprietário e industrial espanhol António Cosp y Corominas, e do Tenente-Coronel Manuel Vilhena de Mello Sampaio, que foi comandante do Regimento de Infantaria 4 aquartela do em Faro. Era avó de D. Maria da Conceição, D. Isabel Maria, D. Teresa Maria e Maria Antónia de Ortigão de Mello Sampayo, e dos srs. Manuel, Francisco, João Manuel, Ventura José e Luís Frederico, usando todos os nobre apelidos Ortigão de Mello Sampayo.
Morreu, segundo creio, vítima de doença cancerosa que lhe minou o corpo de forma paulatina e irreversível, roubando a tão ilustre e bondosa senhora a dignidade própria da sua nobreza. O funeral foi uma sentida homenagem do povo farense àquela que foi uma das mais ilustres e mais dignas protectoras das crianças desvalidas.
Passei por aqui para me informar sobre ilustres figuras algarvias e também para o cumprimentar. Bom fim de semana.
ResponderEliminarObrigado Catarina. Volte sempre. O fim de semana foi muito frio e com chuva. Não foi um dia próprio de eleições, mas ficará marcado pela retumbante vitória do Prof. Cavaco Slva, reeleito à primeira volta.
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