Benzer o pão - Terminada a amassadura do pão, benze-se a massa e talha-se com a mão fazendo um gesto em cruz; quando a maça começa a levedar esta cresce de volume até atingir uma proporção que indica poder dar-se o trabalho por concluído,
dizendo-se então: “Deus te acrescente / Deus te ponha a virtude / Que eu já
fiz o que pude”. Esta crença e procedimento que era comum e habitual em todo o Algarve, hoje só se executa nas casas de campo e lavoura do interior algarvio, sobretudo em São Brás de Alportel, em Castro Marim, Silves, Monchique e Aljezur. No entanto, este dito era substituído em muitos lares onde se cozia pão, por uma ladainha popular, por um responso religioso, dirigido a Santo António ou a São Francisco, e por uma bênção igual à que viam e ouviam fazer na missa. Esta crença da benzedura e da ladainha religiosa usava-se não só na amassadura do pão, mas também no parto dos animais de curral. Era muito comum o uso de rezas e benzeduras por certos curandeiros e habilidosos de mãos, a que chamavam "endireita", uma espécie de fisioterapeuta popular que nas aldeias e terras do litoral algarvio costumava curar entorces e outras lesões articulares, que no Algarve costumam designar por "desmantalamentos".
Cangrejo -
No linguajar algarvio, significa caranguejo, daí a expressão muito peculiar de
“andar ao cangrejo” que se traduz na apanha do caranguejo. Também é muito
corrente dizer-se “cangrejar” que significa mourejar ou trabalhar muito, mas
com pouco proveito.
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