Casal Aboim Ascensão,
como filho Rodrigo
|
Possuía um
primoroso carácter e uma inexcedível bondade, sempre muito preocupado com os
mais desfavorecidos e, sobretudo, com o combate à pobreza, nunca se alheando do
progresso da sua terra natal e do Algarve em geral, razão pela qual era muito
estimado e admirado pelos seus conterrâneos.
Cor. Rodrigo Ascensão |
busto em Lisboa |
O cor.
Aboim Ascensão possuía várias condecorações e mercês honoríficas, de entre as
quais distinguimos a de comportamento exemplar e as comendas de Santiago da
Espada, de S. Bento, de Aviz e de Mérito Militar Espanhol.
Deixou em
testamento vários donativos com os quais contemplou diversos estabelecimentos
de assistência, nomeadamente a Associação Protectora da Primeira Infância de
Lisboa, a Associação de Beneficência e Instrução do Campo Grande e o Asilo de
D. Pedro. Por outro lado, deixou um importante legado para a criação em Faro de
uma casa de caridade, para recolha de velhos e crianças desamparadas que se
denominaria por «Refúgio Aboim Ascensão». Com efeito, em 1933, o seu sobrinho e genro, Manuel Aboim Ascensão de
Sande Lemos (1), no seguimento da referrida vontade testamentária, instituiu
o «Refugio Aboim Ascensão», que primeiramente funcionou como lactário (2) e centro
de apoio a mães solteiras, evoluindo depois para a prestação de serviços médicos
às crianças recém-nascidas e bebés prematuros. O espírito que desde a sua fundação sempre presidiu a esta instituição foi o do nobre sentimento de apoio à primeira infância, espírito que ainda subsiste, cada vez com maior acuidade e sucesso mercê da dedicação e proficiência do Dr. Luís Villas Boas que em 1985 a resgatou do abatimento e ruína em que se encotrava.
Monumento em Faro ao cor. A.Ascensão |
O coronel Rodrigo Ascensão foi casado com D. Olímpia Covachi d'Arrábida Lamas Aboim Ascensão, de quem tinha uma única filha,
D. Maria da Piedade Lamas de Aboim Ascensão de Sande e Lemos, casada com o Eng.º Manuel de Aboim
Ascensão de Sande Lemos, instituidor, como disse, do «Refúgio». Era irmão de D. Joaquina d’Ascensão Davim,
casado com o Dr. Rodrigues Davim, e de D. Maria da Piedade Aboim d’Ascensão, casada com o cor.
Sande Lemos. Desta radícula social descendem as mais notáveis e lutocráticas famílias da cidade de Faro.
(1) Manuel Aboim de Ascensão Sande Lemos, nasceu em Faro, a 4-7-1899, e faleceu em Lisboa, a 16-5-2001. Seguiu a carreira militar, na senda dos seus ascendentes, tendo sido um dos oficiais do C.E.P (Corpo Expedicionário Português) condecorados na I Guerra Mundial, por actos de coragem e valentia. Entre outros cargos de prestígio militar, social, cultural e político, merecem particular referência os seguintes: Presidente da Cruz Vermelha Portuguesa. Presidente
do Conselho Supremo da Sociedade Histórica de Independência de Portugal.
Presidente do Conselho Supremo da Associação dos Antigos Alunos do Colégio
Militar. Secretário-Director da Associação Protectora da Primeira Infância.
Fundador da Ordem dos Engenheiros. Fundador da Caixa de Previdência dos
Engenheiros. Fundador da Associação de Beneficência Refúgio Aboim Ascenção.
Fundador da Obra Social da Guarda Fiscal. Membro n.º 31 Emérito da Academia de
Engenharia. Posterior a 22 de Mar de 1996. Membro n. 31 Emérito da Academia de
Engenharia.
(2) O lactário (adaptação do francês crêche) destinava-se a combater a mortalidade infantil, divulgando às mães conhecimentos de puerícia, higiene e alimentação. Por isso, os lactários ficavam perto de maternidades, hospitais, infantários, e outras instituições de saúde materno-infantil, que garantiam alimentação adequada não só aos bébés como também às mães que amamentavam. No fundo os lactários funcionavam como cantinas para crianças pobres, mas também como escolas para jovens mães.
(2) O lactário (adaptação do francês crêche) destinava-se a combater a mortalidade infantil, divulgando às mães conhecimentos de puerícia, higiene e alimentação. Por isso, os lactários ficavam perto de maternidades, hospitais, infantários, e outras instituições de saúde materno-infantil, que garantiam alimentação adequada não só aos bébés como também às mães que amamentavam. No fundo os lactários funcionavam como cantinas para crianças pobres, mas também como escolas para jovens mães.
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