José Dias Sancho, escritor, e poeta |
1898 – Nasce em São Brás de Alportel, freguesia do concelho de Faro, o escritor José Dias Sancho, um dos mais polémicos e geniais da década de vinte, no século passado, por ter visado com fortes críticas as consagradas obras de Júlio Dantas e de Albino Forjaz de Sampaio, na época verdadeiros príncipes da literatura portuguesa. Nos dois volumes da obra «Ídolos de Barro», amesquinha de forma injusta e desleal aqueles geniais literatos, numa estratégia cobarde e soez, muito comum entre os jovens, que por não serem conhecidos pretendiam concitar a atenção do público, dizendo mal dos escritores mais famosos do seu tempo. Essa estratégia resultou apenas em descrédito da sua própria obra, que não chegou longe, em parte porque não houve tempo para amadurecer, crescer e convencer a crítica. Com efeito, a vida de José Dias Sancho cessaria pouco depois, de forma abrupta e inesperada, ainda na flor da juventude. Um desfecho cruel para uma vida que se adivinhava plena de realizações e de sucesso. Acerca deste escritor sambrasense leia-se o capítulo correspondente à evocação da sua vida e obra no meu livro, Confidências e Revelações de Mário Lyster Franco, pp. 153-159.
José Joaquim Coelho de Carvalho |
1911 – Estreia-se no Teatro Nacional a peça «A infelicidade Legal» do famoso escritor Coelho de Carvalho. Nascido em 1855, na cidade de Tavira, Joaquim José Coelho de Carvalho Júnior, foi uma das figuras mais ilustres da cultura e da política do seu tempo. Da sua vasta biografia destaco o facto de ter sido reitor da Universidade de Coimbra (1919-21), Presidente da Academia das Ciências, Cônsul de Portugal no Brasil, em Xangai, China, e aqui ao lado, em Huelva, na vizinha Andaluzia, que ele tanto amava. Foi também dramaturgo, poeta, escritor, cronista…, enfim uma infinidade de actividades de que não existe hoje nenhuma figura, no Algarve, que se lhe possa comparar. O mapa de Angola, na zona nordeste, é todo da sua autoria, cuja realização prática quase suscitou uma guerra da França e da Bélgica contra Portugal, porque o nosso Coelho de Carvalho fartou-se de lhes roubar território colonial… de uma forma legal. Morreu quase octogenário, em 18-07-1934, na sua residência, que constituía o edifício histórico do Forte de São João do Arade, em Ferragudo, por ele arrematado em hasta pública ao Ministério da Marinha. Anos antes, ainda na vigência da República, o velho "Castelão do Arade", como poeticamente o tratavam os amigos e admiradores, foi preso sob a acusação, real e verdadeira, de ter sido o autor material e o instigador político de uma revolução, realizada de forma pacífica e sem derramamento de sangue, através do «Diário da República»!!! O elenco político, nomeado e oficialmente publicado no órgão oficial do regime, ficou conhecido como o "governo dos poetas", a que alguns jornalistas bem humorados chamaram "ministros do reumático".
1980 – Fundou-se a Associação de Voleibol de Faro, modalidade que até então era quase em exclusivo da responsabilidade do desporto escolar, cuja orientação e prática competitiva dependeu durante muitos anos da antiga «Mocidade Portuguesa».
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