Quando jovem escrevi centenas de pequenas fichas (15x10cm), sobre diversos assuntos relacionados com o Algarve. A maior parte delas não constituem hoje grande novidade, devido à evolução dos estudos que entretanto se publicaram. Em todo o caso sempre aqui deixo algumas referências curiosas, para o caso de puderem ser proveitosas para quem nelas encontre qualquer interesse.
Origem do topónimo Loulé – O Prof. José Leite de Vasconcellos, na sua magistral obra Etnografia Portuguesa, vol. II, p. 370, considera que o topónimo Loulé tem origem numa palavra árabe. Para o efeito refere alguns trabalhos publicados pelo Prof. David Lopes onde o assunto da toponímia portuguesa é amplamente versado. Aponta como os mais credíveis um artigo publicado na «Revista Lusitana», vol. XXIV e um outro, que nunca li, intitulado Os Árabes em Herculano, onde a pág. 80 refere a origem árabe do topónimo de Loulé. Confesso que não posso afiançar nada disto porque nunca vi esse artigo.
Forais de Loulé – o foral antigo foi exarado em Lisboa e datado de Agosto de 1266, encontrando-se à consulta pública no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Chancelaria de D. Afonso III, Livro I, fl. 83 verso, coluna 2.
O foral dos Mouros Forros foi dado em Lisboa a 12 de Julho de 1269, e encontra-se no mesmo arquivo, Livro I de Doações de D. Afonso III, fl. 97vº, col. 1; e Livro IV de Inquirições de D. Afonso III, fl. 8vº.
O foral manuelino foi dado em Lisboa a 20 de Agosto de 1504, e encontra-se no ANTT, Livro de Foraes Novos do Alemtejo, fl. 23vº, col. 1.
Furacão – A 14 de Janeiro de 1850, pelas 7, 30 horas da manhã fez-se sentir um fortíssimo furação que assolou a vila de Loulé. Dada a consistência do tecido urbano não houve vítimas nem gravosos prejuízos nas habitações, o mesmo já não se podendo afirmar em relação aos arredores da vila, onde o furacão quase varreu os pomares e arvoredos, levantando telhados, derrubando cimalhas, portas, janelas e pequenas construções para animais. Os prejuízos foram bastante significativos, deixando o ano de 1850 como uma referência na memória popular louletana.
Fundações arqueológicas no Mercado – foi construído no recinto das antigas muralhas, defronte da porta então designada de “Nossa Senhora do Carmo”, a qual havia sido demolida pouco antes da construção do mercado. Os trabalhos de desaterro puseram a descoberto alguns poços empedrados com uns 0,70 m. de largura de boca (semelhantes a outros que haviam também aparecido no Largo da Sé em Faro, aquando das escavações que ali se fizeram no início dos anos quarenta), silos de cereais e vestígios de alicerces. Quer nos poços, quer avulsos pelo local, recolheram-se vários objectos árabes e romanos que foram para o Museu de Belém, hoje designado por Museu Nacional de Arqueologia.
Inscrição romana – No sítio de Apra, arredores de Loulé, foi recolhida uma lápide com uma inscrição romana, que o Prof. Leite de Vasconcellos identificou como invocatória dos Deuses Lares.
Veja-se a este propósito as referências que aquele sábio faz a esta inscrição na sua obra As Religiões da Lusitânia, vol. III, p. 291.
Sepultura visigótica – O sábio José Leite de Vasconcellos, das várias vezes que visitou o Algarve, foi ver uma sepultura que se havia descoberto em Loulé, a qual logo definiu como remontando ao séc. V e à época visigótica. Nela encontrou um anel de ouro de boa feitura, e uma moeda também de ouro, designada por “tridente”, mandada cunhar por Eudóxia (421-450), que foi, como se sabe, esposa de Teodósio II.
Veja-se a este propósito a respectiva referência ao achado arqueológico publicado na revista Archeologo Portuguez, vol XII, p. 367; e uma outra referência publicada na mesma revista, vol. XIII, p. 355.
Acresce dizer que esta célebre revista, dirigido por Leite de Vasconcelos, foi reeditada em fac-símile pela Imprensa Nacional, mas também pode ser consultada on-line ou em CD-ROM.
Origem do topónimo Loulé – O Prof. José Leite de Vasconcellos, na sua magistral obra Etnografia Portuguesa, vol. II, p. 370, considera que o topónimo Loulé tem origem numa palavra árabe. Para o efeito refere alguns trabalhos publicados pelo Prof. David Lopes onde o assunto da toponímia portuguesa é amplamente versado. Aponta como os mais credíveis um artigo publicado na «Revista Lusitana», vol. XXIV e um outro, que nunca li, intitulado Os Árabes em Herculano, onde a pág. 80 refere a origem árabe do topónimo de Loulé. Confesso que não posso afiançar nada disto porque nunca vi esse artigo.
Forais de Loulé – o foral antigo foi exarado em Lisboa e datado de Agosto de 1266, encontrando-se à consulta pública no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Chancelaria de D. Afonso III, Livro I, fl. 83 verso, coluna 2.
O foral dos Mouros Forros foi dado em Lisboa a 12 de Julho de 1269, e encontra-se no mesmo arquivo, Livro I de Doações de D. Afonso III, fl. 97vº, col. 1; e Livro IV de Inquirições de D. Afonso III, fl. 8vº.
O foral manuelino foi dado em Lisboa a 20 de Agosto de 1504, e encontra-se no ANTT, Livro de Foraes Novos do Alemtejo, fl. 23vº, col. 1.
Furacão – A 14 de Janeiro de 1850, pelas 7, 30 horas da manhã fez-se sentir um fortíssimo furação que assolou a vila de Loulé. Dada a consistência do tecido urbano não houve vítimas nem gravosos prejuízos nas habitações, o mesmo já não se podendo afirmar em relação aos arredores da vila, onde o furacão quase varreu os pomares e arvoredos, levantando telhados, derrubando cimalhas, portas, janelas e pequenas construções para animais. Os prejuízos foram bastante significativos, deixando o ano de 1850 como uma referência na memória popular louletana.
Fundações arqueológicas no Mercado – foi construído no recinto das antigas muralhas, defronte da porta então designada de “Nossa Senhora do Carmo”, a qual havia sido demolida pouco antes da construção do mercado. Os trabalhos de desaterro puseram a descoberto alguns poços empedrados com uns 0,70 m. de largura de boca (semelhantes a outros que haviam também aparecido no Largo da Sé em Faro, aquando das escavações que ali se fizeram no início dos anos quarenta), silos de cereais e vestígios de alicerces. Quer nos poços, quer avulsos pelo local, recolheram-se vários objectos árabes e romanos que foram para o Museu de Belém, hoje designado por Museu Nacional de Arqueologia.
Inscrição romana – No sítio de Apra, arredores de Loulé, foi recolhida uma lápide com uma inscrição romana, que o Prof. Leite de Vasconcellos identificou como invocatória dos Deuses Lares.
Veja-se a este propósito as referências que aquele sábio faz a esta inscrição na sua obra As Religiões da Lusitânia, vol. III, p. 291.
Sepultura visigótica – O sábio José Leite de Vasconcellos, das várias vezes que visitou o Algarve, foi ver uma sepultura que se havia descoberto em Loulé, a qual logo definiu como remontando ao séc. V e à época visigótica. Nela encontrou um anel de ouro de boa feitura, e uma moeda também de ouro, designada por “tridente”, mandada cunhar por Eudóxia (421-450), que foi, como se sabe, esposa de Teodósio II.
Veja-se a este propósito a respectiva referência ao achado arqueológico publicado na revista Archeologo Portuguez, vol XII, p. 367; e uma outra referência publicada na mesma revista, vol. XIII, p. 355.
Acresce dizer que esta célebre revista, dirigido por Leite de Vasconcelos, foi reeditada em fac-símile pela Imprensa Nacional, mas também pode ser consultada on-line ou em CD-ROM.
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