No dia 30 de Março de 1897 começaram os trabalhos de demolição das muralhas e baluartes da cidade de Lagos, cuja derruição se tornou insuperável para iniciar os trabalhos de construção do paredão que se projectara erguer sobre a baía do porto.
No livro de notas do tabelião Ramos, inscrito no notariado de Lagos, encontra-se lavrada uma escritura com o Ministério da Guerra e o Comando Geral de Engenheiros, representados pelo coronel comandante do Regimento de Infantaria 15 e pelo capitão de engenharia Castro, pela qual cedem as referidas muralhas e baluartes ao Ministério das Obras Públicas, representado pelo eng.º chefe da secção de hidráulica do distrito de Faro, Alexandre Maria Ortigão de Carvalho.
A autarquia de Lagos manifestou o seu público regozijo pela assinatura da referida escritura, pois desde há muitos anos que vinha solicitando junto das instâncias superiores a realização aquelas obras, consideradas de primacial importância para a contenção das cheias de inverno e para o alargamento da cidade. Prepararam-se desde logo grandes e pomposos festejos para assinalar a solenidade do lançamento da primeira pedra do referido “paredão”, anunciando-se a sua efectivação para Outubro desse ano, quando a cidade fosse visitado pelo rei D. Carlos I.
J.C.V.M.
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