terça-feira, 30 de março de 2010

FIALHO, Maria Antónia Cúmano


Descendente de uma ilustre família italiana e herdeira de notáveis bens materiais e pecuniários, senhora da mais alta estirpe e das mais conceituadas figuras do Algarve. Nasceu em Faro, aqui viveu e faleceu, a 17-6-1948, com 87 anos de idade, no seu invejável palácio de Santo António do Alto, ainda hoje um dos edifícios mais belos e notáveis de todo o Algarve.
Dotada de grande inteligência e enorme sensibilidade artística, era muito culta e ilustrada, conhecedora das principais cidades europeias e dos melhores museus do mundo. Por outro lado, era bastante religiosa, cuidava dos pobres e desvalidos que atendia com avultadas esmolas, sendo por isso muito estimada em todo o Algarve. A sua benemerência, fulcralizada em Faro e Portimão, estendia-se em toda a região, protegendo também as artes e a cultura. A sua inclinação artística e cultural herdara-a do pai, o Dr. Justino Cúmano, falecido em 1885, que além de médico foi também um conceituado arqueólogo e numismata.
No seu palácio de Santo António do Alto reuniu, em parte como herança dos seus ascendentes mas também como fruto da sua dedicação e amor à arte, uma valiosa colecção de quadros, esculturas, móveis e outros objectos de grande valor cultural que foi coleccionando ao longo da vida. Grande parte desse espólio foi depois repartido pelos seus herdeiros e hoje correm descritos nos catálogos de leiloeiros e coleccionadores de arte.
Era irmã de Paulo Cúmano, que faleceu com 92 anos de idade, a 21-6-1946, ou seja quatro dias depois dela, que embora estivesse já bastante doente não resistiu à comoção de tão dolorosa perda.
Era viúva do famoso industrial de conservas, João António Júdice Fialho, e mãe de D. Maria Justina Fialho de Sousa Coutinho, casada com D. António de Sousa Coutinho (herdeiro dos Condes de Linhares) e D. Isabel Maria Fialho de Mendonça; era avó de D. Maria Antónia de Sousa Coutinho Telles da Sylva, casada com D. José Carvalhal Telles da Sylva (herdeiro dos Condes de Tarouca) e D. Maria Constança de Sousa Coutinho Pulido Garcia, casada com José Pulido Garcia, abastado proprietário de Beja, e dos engenheiros D. Nuno e D. João de Sousa Coutinho.
Era cunhada de D. Ana de Bivar Cúmano e de D. Mariana Fialho Calado, casada com Basílio calado, abastado proprietário em Portimão.Era tia de D. Maria Luísa de Bivar de Sampaio e Melo, casada com o Dr. Lopo Vaz de Sampaio e Melo, de D. Maria Vitória, de D. Justina Cúmano, ambas residentes em Lisboa, e do Dr. Justino de Bivar Weinholtz (que foi conservador do Registo Predial e provedor da Santa Casa da Misericórdia de Faro), do Dr. Raul de Bivar Weinoltz (que foi presidente da comissão municipal de Turismo de Faro), Luiz Frederico de Bivar Weinholtz, do Dr. Constantino de Bivar Cúmano, do eng.º Rui de Bivar Cúmano (que foi administrador do porto de Leixões), do Dr. Henrique de Bivar Cúmano (que foi naturalista do Museu de Bocage), do capitão Paulo Cúmano, de Lázaro Justino Cúmano, Francisco Constantino Cúmano, todos residentes em Lisboa, e de Francisco Fialho Calado, abastado proprietário em Portimão.
A ilustre Maria António Cúmano Fialho encontra-se sepultada no Cemitério da Esperança num magnífico mausoléu de família.

7 comentários:

  1. hola esta senhora faz muito tempo que morreu?
    me puderia contestar.
    obrigado

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  2. Hola
    Esta senhora faleceu há 62 anos. Tudo o que sei sobre ela está contido nesta nota biográfica. O seu túmulo ainda existe no cemitério da Esperança em Faro.
    Saludos de Vilhena Mesquita

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  3. Muito obrigado por estas informações, ando à procura das origens da minha família e este é mais um capítulo que estava perdido ;) continuação de um óptimo trabalho!

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    1. Un ramo della famiglia Cumano è in Italia. Costantino e Giustino Cumano erano due fratelli medici di famiglia proveniente da Creta. Giustino si stabilì a Faro in Portogallo. Costantino, medico a Trieste, ebbe due figlie: Paolina e Giustina che sposarono due fratelli Perusini. Gaetano Perusini, figlio di Paolina e di Andrea Perusini, medico a Udine, era psichiatra ed è stato lo scopritore del morbo di Alzheimer.

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  4. Caro Prof.
    Muito boa noite, depois da minha última visita guiada ao Palácio Fialho, com este articulado fiquei a conhecer a D. Maria Antónia Fialho. Das muitas personalidades mencionadas interessei-me por Lázaro Justino Cúmano eu, julgo ter sido tio desta grande mecenas. Confirma-o ?
    Se souber mais dados diga-me porque numa das cartas de Sá-Carneiro ao Mestre Pessoa, menciona (parte) do seu nome mas, referindo-o de Faro e, apenas os nomes Lázaro Cúmano.
    Um abraço e até breve.

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  5. Talvez se refira a Lázaro Doglioni tio de Justino e Constantino Cumano.
    Escrevi essa história de Faro no século XIX, A MECA DOS SIFILITICOS.

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  6. Caro José Carlos, convém sublinhar que o Capitão Paulo Cumano, agente da PVDE, foi um feroz anti semita - cvlaro que o tê-lo sido em nada afecta o resto da família : "O teor do discurso comprometia-se com a própria formação dos principais
    funcionários da PVDE. O capitão Paulo Cumano, chefe dos Serviços de
    Fiscalização e Fronteiras da secção internacional da polícia durante a década
    de 1930, tinha recebido treino em Berlim no âmbito de um acordo que a PVDE
    efectuara com os serviços de informações alemães (Sicherheitsdienst — SD).
    No compromisso estabelecido com os serviços alemães, a polícia portuguesa
    tinha acordado em manter sob vigilância os judeus oriundos daquele país
    residentes em Portugal (Macieira, 2001, p. 87; Milgram, 1999, p. 8)."

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