Na secção designada por «Casa Forte» do Arquivo Nacional da Torre do Tombo, existem em devido e criterioso recato dezenas de mapas, planos e desenhos da mais variada índole, elaborados por Engenheiros e Arquitectos integrados em diversas Comissões oficiais pertencentes a diferentes Secretarias do Reino. A maior parte desses mapas foi desenhada à mão, colorida com aguarelas e tintas da china, sendo que em alguns casos recorreu-se a ocres e outras improvisadas colorações. Possuem grandes dimensões, razão pela qual foram dobrados em várias partes, cujos vincos com o tempo se partiram e rasgaram. Alguns estão enrolados, mas igualmente em deficiente estado, devido ao seu manuseamento. Deve, porém acrescentar-se que a maioria deles são verdadeiras obras primas, não só no pormenor e exactidão orográfica como sobretudo na sua beleza artística. Consultei vários, e sobre alguns deles cheguei mesmo a escrever artigos e comentários de carácter científico que correm impressos em catálogos e revistas da especialidade. Lembro-me, porém, que três desses Planos me deixaram surpreso e até muito positivamente impressionado. Por isso aqui os deixo citados para quem deles se possa interessar, frisando em primeiro lugar o número do seu registo, designação oficial e data:
Nº 3 - Plano Hidrográfico das barras e portos de Faro e Olhão - 1885.
Nº 23 - Plano Hidrográfico da barra e porto do Rio Guadiana - 1874.
Nº 29 - Plano Hidrográfico das Enseadas de Belixe, Sagres e Balieira - 1924.
Acresce dizer, aos interessados no estudo da hidrografia algarvia, que para consultarem estes mapas terão que se deslocar a Lisboa, dirigirem-se ao Arquivo Nacional da Torre do Tombo, e fazerem a respectiva requesição, não se esquecendo de nela mencionar que estes documentos se encontram depositados na «Casa Forte», secção de Mapas e Planos.
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