O Algarve sempre foi conhecido pela amenidade do seu clima. Foi essa particularidade, associada à beleza paisagística da sua linha costeira, ao rendilhado rochoso das suas praias e à tepidez das suas águas marítimas, que justificaram o despontar duma frutuosa actividade turística, capaz de cativar meios humanos e de incentivar rendimentos económicos até então nunca alcançados.
Mas se o bom tempo, com sol radioso e celestial azul, identificam a paradisíaca envolvência climática e ambiental desta região, certamente que o contrário - frio, chuva, neve e gelo - traduzem as agruras pelas quais passam os povos do norte europeu, que logicamente por essa razão se tornaram nos principais clientes do nosso turismo internacional.
Não admira pois, que a queda de neve no Algarve (mercê do seu posicionamento geográfico no extremo sul da Europa) seja um fenómeno meteorológico muito raro. De tal forma assim é que, desde longa data, se arreigou no espírito do povo algarvio a quase impossibilidade de tal ocorrência poder vir algum dia a suceder. Por isso surgiu na sua vivência popular, ou naquilo que podemos considerar como a sua etnografia linguística, esta capciosa expressão: «para o ano dá neve». Similarmente os algarvios querem dizer que tal só acontece «quando as galinhas tiverem dentes», ou, mais provavelmente, «para a semana dos nove dias».
Nesta irónica expressão «para o ano dá neve» traduz o povo algarvio a certeza ou o sentimento de algo que só muito dificilmente (senão mesmo impossível) terá realização ou poderá ocorrer. Esta expressão deixou de se ouvir no Algarve com a assiduidade que só a ironia crítica e a sabedoria popular sabe empregar nos momentos mais apropriados.
Mas se o bom tempo, com sol radioso e celestial azul, identificam a paradisíaca envolvência climática e ambiental desta região, certamente que o contrário - frio, chuva, neve e gelo - traduzem as agruras pelas quais passam os povos do norte europeu, que logicamente por essa razão se tornaram nos principais clientes do nosso turismo internacional.
Não admira pois, que a queda de neve no Algarve (mercê do seu posicionamento geográfico no extremo sul da Europa) seja um fenómeno meteorológico muito raro. De tal forma assim é que, desde longa data, se arreigou no espírito do povo algarvio a quase impossibilidade de tal ocorrência poder vir algum dia a suceder. Por isso surgiu na sua vivência popular, ou naquilo que podemos considerar como a sua etnografia linguística, esta capciosa expressão: «para o ano dá neve». Similarmente os algarvios querem dizer que tal só acontece «quando as galinhas tiverem dentes», ou, mais provavelmente, «para a semana dos nove dias».
Nesta irónica expressão «para o ano dá neve» traduz o povo algarvio a certeza ou o sentimento de algo que só muito dificilmente (senão mesmo impossível) terá realização ou poderá ocorrer. Esta expressão deixou de se ouvir no Algarve com a assiduidade que só a ironia crítica e a sabedoria popular sabe empregar nos momentos mais apropriados.
Já não era sem tempo, caro Professor! : )
ResponderEliminarAté a própria geada seria/foi um fenómeno raro. As mudanças climáticas afetam qualquer cantinho da Terra e “nada se pode tomar como garantido” – será esta uma boa tradução para “not taking anything for granted”?
Abraço e um ótimo fim de semana em terras algarvias que visitarei daqui a poucos dias.
Catarina
Contempladora Ocidental