quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

AZEVEDO, Manuel Vasques de


Funcionário público, respeitável despachante da Alfândega de Vila Real de St.º António, de onde era natural, e onde também viria a falecer, em meados de Novembro de 1951, com 66 anos de idade.
Beneficiava na sua terra natal de grande prestigio social, mercê da sua honestidade e da sua competência profissional, razões mais do que suficientes para o fazerem credor da simpatia e confiança dos seus conterrâneos. Não admira por isso que superiormente o tivessem sido escolhido  para desempenhar, por mais do que uma vez, as honrosas funções de vereador e de vice-presidente da Câmara Municipal da vila pombalina. 
Diga-se, em abono da verdade, que Manuel Vasques de Azevedo nunca foi político, mas tão somente um funcionário público que, por auferir vencimento do Estado, era obrigado a desempenhar funções autárquicas. Esse procedimento era muito comum no tempo da ditadura salazarista, para evitar que as despesas da administração autárquica pesassem nas finanças públicas e no orçamento do Estado. Também é verdade que no período do Estado Novo, sobretudo durante e após a II Guerra Mundial, as administrações autárquicas quase nada faziam, em termos de obras públicas, para não sobrecarregarem o Orçamento de Estado, devido ao pavor que o ditador tinha em relação ao possível descontrolo das finanças públicas. Quem sofria com isso eram as populações, que viam as suas cidades, vilas e aldeias, reduzidas ao marasmo e ao ronceirismo que tanto caracterizava o regime salazarista. Os próprios elencos autárquicos, por serem nomeados pelo governo, eram em geral desempenhados por funcionários do Estado, por militares e até sacerdotes religiosos, desde que as populações os considerassem competentes e honestos para o exercício das funções que lhes eram confiadas. Acontecia também que certos cidadãos na situação de reforma, só pelo facto de serem estipendiados pelo Estado eram obrigados ao desempenho de funções na administração pública, não lhes sendo possível pedir escusa dessas funções a não ser por razões atendíveis de saúde.
A título de simples pormenor se acrescenta que Manuel Vasques de Azevedo era casado com D. Maria Amália Piloto de Azevedo, senhora muito conhecida e respeitada no conceito das melhores famílias vilarealenses. Era irmão de D. Elvira de Azevedo Vaz Velho, que foi casada com João Machado Vaz Velho, residentes em Faro, onde beneficiavam de grande apreço e consideração social.



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