Este deve ser o mais antigo documento turístico de Cachopo |
A
antiga comissão municipal de Turismo da cidade de Tavira, constituída por
cidadãos locupletados entre os mais ilustres da sociedade local, mandaram
imprimir na Tipografia Modelo, a 14-2-1953, um cartaz de propaganda das belezas
naturais e turísticas da aldeia de Cachopo, perdida nos recônditos da serra do
Caldeirão. O cartaz é simples, mas não é destituído de bom gosto. Tem as
dimensões de 45x35cm, emoldurado a vermelho com cinco gravuras impressas a azul
e uma belíssima quadra de Virgínio Pires, um dos mais talentosos poetas
algarvios, que, tal como a belíssima aldeia de Cachopo, está hoje injustamente
esquecido e ignorado. A quadra, ao jeito popular, personifica a aldeia que se
dirige ao visitante, revelando-lhe as características revivificantes do seu o
ar puro e das águas férreas das suas fontes:
Vivo encravada na serra,
Tenho a pureza do ar,
E a água férrea nas fontes
Noite e dia a murmurar.
Termina
o apelativo cartaz com a promessa de levar àquele povo o progresso da rede telefónica,
isto é, de quebrar o seu isolamento e de o colocar em contacto com o mundo.
Está aqui bem expressa a importância das telecomunicações, que justificam a
nossa civilização global. Deixo-vos a imagem desse curioso cartaz, que
encontrei no meio de alguns dos meus velhos papéis.
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