Médico, natural de Albufeira.
Era filho de Inês Leote de Ayet du Perier e de Jacintho Paes d’Ayet du Perrier,
que foi secretário da Câmara Municipal de Albufeira durante décadas. As suas
origens francesas remontam a 1833 quando um seu antepassado veio alistar-se nas
tropas que defenderam a causa liberal. Pertenceu mesmo ao Batalhão Francês que
em 24-6-1833 desembarcou na praia da Altura para sustentar no Algarve a causa
pedrista. Cursou o Liceu de Faro e depois frequentou Filosofia e Medicina na
Universidade de Coimbra, onde foi aluno brilhante. No 1.º ano médico foi o
aluno mais classificado de Coimbra. Teve prémio no 1º, 2º e 4º, sendo, neste
último, eleito sócio efectivo do Instituto de Coimbra. Formou-se em Medicina no
ano lectivo de 1898-1899 e embora convidado para Lente da Universidade preferiu
seguir a clínica estabelecendo-se em Cascais, onde fez várias palestras de
propaganda contra a tuberculose. Exerceu também, nos últimos meses de vida, na
Figueira da Foz, vinda a falecer na quinta da Mallavada, nos arredores de
Coimbra, a 18-4-1908, com 38 anos de idade.
Na verdade, quando ainda era
estudante universitário, foi-lhe diagnosticada a doença que o haveria de
vitimar, a tuberculose, à qual dedicou o melhor do seu trabalho e inteligência.
Era casado com D.ª Albertina
Martinho da Fonseca, cujas origens desconheço, e da qual ignoro se teve
descendência.
Aliava à sua inteligência e
probidade de carácter uma inexcedível lhaneza de trato, o que o tornava muito
querido dos seus doentes. A fatal doença que trazia consigo foi a razão porque
escolheu Cascais para se fixar e exercer a clínica. E o mesmo se passou quando
por fim procurou alívio na praia da Figueira da Foz que conhecera nos seus
tempos de estudante.
O «Diário Illustrado», vespertino muito conceituado que se publicava em Lisboa, consagrou-lhe em 1902 um artigo muito elogioso, ilustrado com um belo retrato.
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