terça-feira, 14 de junho de 2016

PERRIER, Luís Augusto Leote d’Ayet du

Médico, natural de Albufeira. Era filho de Inês Leote de Ayet du Perier e de Jacintho Paes d’Ayet du Perrier, que foi secretário da Câmara Municipal de Albufeira durante décadas. As suas origens francesas remontam a 1833 quando um seu antepassado veio alistar-se nas tropas que defenderam a causa liberal. Pertenceu mesmo ao Batalhão Francês que em 24-6-1833 desembarcou na praia da Altura para sustentar no Algarve a causa pedrista. Cursou o Liceu de Faro e depois frequentou Filosofia e Medicina na Universidade de Coimbra, onde foi aluno brilhante. No 1.º ano médico foi o aluno mais classificado de Coimbra. Teve prémio no 1º, 2º e 4º, sendo, neste último, eleito sócio efectivo do Instituto de Coimbra. Formou-se em Medicina no ano lectivo de 1898-1899 e embora convidado para Lente da Universidade preferiu seguir a clínica estabelecendo-se em Cascais, onde fez várias palestras de propaganda contra a tuberculose. Exerceu também, nos últimos meses de vida, na Figueira da Foz, vinda a falecer na quinta da Mallavada, nos arredores de Coimbra, a 18-4-1908, com 38 anos de idade.
Na verdade, quando ainda era estudante universitário, foi-lhe diagnosticada a doença que o haveria de vitimar, a tuberculose, à qual dedicou o melhor do seu trabalho e inteligência.
Era casado com D.ª Albertina Martinho da Fonseca, cujas origens desconheço, e da qual ignoro se teve descendência.
Aliava à sua inteligência e probidade de carácter uma inexcedível lhaneza de trato, o que o tornava muito querido dos seus doentes. A fatal doença que trazia consigo foi a razão porque escolheu Cascais para se fixar e exercer a clínica. E o mesmo se passou quando por fim procurou alívio na praia da Figueira da Foz que conhecera nos seus tempos de estudante.

O «Diário Illustrado», vespertino muito conceituado que se publicava em Lisboa, consagrou-lhe em 1902 um artigo muito elogioso, ilustrado com um belo retrato.

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