Nos finais de Maio de 1953 deslocou-se ao Algarve o oficial da armada e reputado escritor australiano Alan John Villiers,

Quando eclodiu a II Guerra Mundial alistou-se, em 1940, como tenente da marinha de guerra e, em 1944, era já comandante de uma companhia de fusileiros que participou na invasão da da Normandia e da Itália. Mais tarde tomou parte na ocupação militar de Rangum, da Malásia e das Índias Ocidentais. Além disso treinou os cadetes da armada britânica para desembarques militares no Oriente e foi professor da Escola Naval em Haberdovey, na Nova Gales, de onde saiu em 1950 para acompanhar a frota portuguesa do bacalhau a bordo navio «Argus».
Data desse ano o seu cruzamento com a cultura portuguesa e sobretudo com o estudo das arrojadas actividades pesqueiras da nossa frota e dos corajosos pescadores algarvios nas pescas longínquas da Terra Nova e da Gronelândia. Dessa viagem e dessa convivência resultaram vários artigos na imprensa estrangeira, nomeadamente no prestigiado «New York Times», relatando a dura pesca do bacalhau nos frígidos mares do norte, constatando inclusivamente que “nunca vira em toda a sua carreira marítima tamanha valentia como a dos portugueses”. Enquanto navegou no «Argus» filmou a faina pesqueira nos bancos gelados do bacalhau, dando origem a um belo documentário cinematográfico intitulado «A Campanha bacalhoeira de 1950», o qual foi traduzido em várias línguas e exibido nos principais cinemas do mundo inteiro. A sua acção jornalística, as suas conferências difundidas pelos microfones da

Em 1951 publicou em livro o relato da sua viagem à terra do bacalhau num livro intitulado The Quest of the Schooner Argus, que teve enorme sucesso e foi traduzido em dezasseis línguas. Saiu no nosso país com o título A Campanha do Argus, e foi compreensivelmente laureada pelo SNI com o prémio Camões. A sua obra literária compõe-se de uma boa dúzia de sucessos editoriais que lhe granjearam prestígio mundial e lhe abriram as portas de muitas academias. Por outro lado, publicou milhares de artigos nos mais célebres jornais e revistas do mundo ilustrado, nomeadamente na National Geographic Magazine, na Reader’s Digest, etc.
A sua visita ao Algarve, efectuada a convite das autoridades oficiais, tinha como especial propósito a observação da chamada “tourada do mar”, que mais não era do que a sangueira resultante do içar dos atuns capturados nas armações para os barcos da pesca. O comandante Villiers ficou encantado com o que viu, tendo em seguida percorrido toda a costa algarvia e demorada as suas observações nas belas e paradisíacas praias que se espraiam de Sagresa até Vila Re

Refira-se, a concluir, que neste seu trabalho cinematográfico foi assistido por Joaquim Maia Águas, chefe de serviços de assistência aos pescadores do Grémio dos Armadores da Pesca do Bacalhau.
A questão agora coloca-se na seguinte interrogação: onde pára esse documentário? O seu actual visionamento resultaria num grande benefício pois que como facilmente se adivinha constitui um verdadeiro documento histórico dos primórdios do nosso pioneirismo turístico.
J. C. Vilhena Mesquita
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