terça-feira, 14 de julho de 2009

Prémios escolares Coronel Brandeiro


Uma das mais esquecidas mas não menos brilhantes figuras da história militar algarvia, foi o coronel do exército António Joaquim de Mendonça Brandeiro, natural de Faro que faleceu em 1943 em Lisboa. Foi um militar de nobilíssimas virtudes cívicas, modelar altruísmo e bondosíssimo carácter, que sempre desejou o melhor para os seus concidadãos, assim como o mais elevado progresso para a sua terra natal.
Certamente por essa razão é que à hora da morte legou à Junta de Província do Algarve a significativa soma de 200 contos, a fim de com o seu rendimento bancário se instituírem quatro prémios pecuniários para galardoar os rapazes pobres ou de humildes origens, filhos de famílias legitimamente constituídas, que fossem nascidos e criados em Faro, os quais se houvessem distinguido nos vários cursos professados nas escolas desta cidade.
A indicação dos nomes deveria ser fornecida pelos corpos docentes das escolas, devendo a atribuição dos prémios ser feita em primeiro lugar aos estudantes da freguesia da Sé, e só na sua falta aos das outras freguesias do concelho. A concluir o seu testamento inscrevem-se as seguintes palavras que justificam o objectivo e alcance desta doação:
“Com este legado tenho o duplo fim de modestissimamente mostrar o devotado interesse e saudade que, embora afastado, sempre senti pela minha terra natal e de, por selecção, promover a formação de cidadãos que a honrem e à pátria de que somos filhos.”
Os galardões escolares receberam a designação de “Prémios Coronel Brandeiro”, passando a ser atribuídos a partir de 1947. deste modo pensava o instituidor poder ser lembrado para todo o sempre como um cidadão que se preocupou com a educação e desenvolvimento intelectual dos jovens seus concidadãos. Conhecendo a actual realidade, creio que se enganou redondamente, porque hoje já ninguém se lembra dele nem tão pouco esses prémios estão a ser atribuídos.
Pergunta-se agora: onde pára o legado do coronel Brandeiro? Quem foi o responsável pela extinção do legado? Porque não se reabilitam os prémios escolares com o seu nome, dotando o Governo Civil de uma verba cujo rendimento anual possa ser empregue para o mesmo fim.

J.C.V.M.

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